Certa vez, Jesus foi questionado por um doutor da lei acerca de como herdar a vida eterna (Lucas 10: 25-37). Sabiamente, Jesus questiona-lhe sobre os escritos da lei. O homem então responde: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”. Pois bem, responde Jesus. Faça isso e viverás. Porém, o homem voltou a questioná-lo: ”E quem é o meu próximo?”. Então, por meio da parábola do bom samaritano, Jesus responde maravilhosamente.
Trouxe a memória está parábola, pois vejo nela um contraste real e atual de nossas cidades: pessoas que se tornaram paisagens. Já andei por diversas partes da cidade de São Paulo. Em todo lugar, as pessoas agem do mesmo jeito! Trabalhei por 3 anos na Av. Paulista, referência da economia nacional. Por ser uma região de alto padrão, é onde este fato é mais gritante. Pessoas ocupadas que vivem intensamente para si, negligenciando todo o resto do mundo.
Pessoas paisagem são aquelas que se encontram largadas em todos os cantos da cidade. Talvez sejam alguns que desistiram de viver por algum motivo que a vida lhes proporcionou e não conseguiram enfrentá-la. Ou, talvez, já nasceram no berço da miséria e não tiveram um incentivo para fugir desta situação. Ou, um bêbado que, consumido pelo seu vício, se atracou na sarjeta da desgraça. Muitos são os casos e histórias, impossíveis citar em um pequeno texto como este.
Essas pessoas passam despercebidas por você quando caminha pelas ruas? Você as nota? Que sensação você sente quando as vê? Confesso que muitos já passaram por mim e (infelizmente) ainda passarão, sem que eu as note. Porém, aqui me lanço e te convido a um desafio: praticar a Palavra e deixar de ser apenas ouvinte.
As pessoas paisagem podem ser comparadas com aquele homem ferido da parábola. Os religiosos somos nós, que mantemos distância deles. E nosso exemplo maior é o samaritano.
Não podemos mais passar um por uma pessoa na rua e percebê-las apenas como parte da paisagem, antes, precisamos tê-las como criaturas de Deus, criadas como nós, como a imagem e semelhança de Deus! Somos exclusivos por conhecer a Deus e eles não? Não, somos culpados!
Eles são nosso próximo! São aqueles que necessitam de algo que podemos ajudar. Não importa no que somos bons ou podemos fazer. Todo aquele que necessita de algo que você pode suprir, este é o seu próximo! Portanto, é minha e sua responsabilidade amá-los.
A ideia aqui é amar a Deus e fazer sua vontade amando nosso próximo. Fazer com que parte da paisagem que vemos deixe de ser paisagem e se tornem pessoas novamente.
No amor do divino mestre,
Leonardo Soares
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Ótima reflexão..
Temos que perceber as pessoas.
Muito bom irmão.
Temos que perceber as pessoas.